quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Ale.

Tudo começou no último dia do ano, minha mãe  começou a sentir dores  e lá veio eu, no dia 31-12-1975, às 11 horas da manhã. Como vocês vêem sou do signo de capricórnio, muito teimosa por sinal.
 Lembro-me pouco da minha infância, foi um pouco difícil, tenho 5 irmãos, meu pai é um homem trabalhador que sempre buscou ensinar como viver a vida, as vezes um pouco duro de mais, mas hoje entendo que foi do jeito dele, errado mas foi assim que aprendi, ele não soube a maneira certa de nos ensinar, mas nos ensinou o mais importante, a  ter caráter, respeito e dignidade, pobres mas com personalidade.
Tenho orgulho de meus irmãos, todos honestos, trabalhadores e  convictos que a vida só vale a pena viver se for com dignidade.
Nunca gostei de morar em Porto Alegre. Quando tinha 12 anos pedi a minha tia se me deixava morar com ela aqui em Guaporé, adoro essa cidade. Então estudava e trabalhava numa empresa de jóias, onde conheci  um rapaz e sabe como é a juventude, me apaixonei, começamos a ficar escondidos, nas férias da empresa combinamos de nos encontrar  e passar as férias juntos, menti para minha tia que ia visitar minha mãe em POA e não fui, fomos a Farroupilha e lá ficamos 5 dias em um hotel, foi ali onde tudo começou, mas mal podia esperar as armadilhas que a vida me preparava.
 Continuamos nos encontrando escondidos até que uma noite minha tia nos pegou, fugimos, não dormi em casa aquela noite, não sabia o que pensar, minha tia estava arrasada, tinha responsabilidade sobre mim que era de menor, com apenas 17 anos.
Enfim, fui morar com ele em um porão sem nada dentro, começamos do zero e assim deixei todos para traz para ficar com ele. Os dois primeiros anos foram bons, até que um dia começou a desmoronar tudo, as traições, as mentiras, as desavenças,  o desrespeito e uma vontade enorme de morrer, pois o amava, eu o tinha como o alicerce de uma casa e de repente tudo caiu, mas continuei fechando os olhos. Meu coração não entendia como eu podia amá-lo tanto e não receber esse amor de volta, tentei de tudo, tinha esperança de ser feliz.
Tínhamos uma vida boa, compramos terrenos, tínhamos tudo dentro de casa, carro e aos 25 anos fiquei grávida, nãos planejamos, mas aconteceu, ficamos felizes, ainda mais quando  soubemos que era um menino, o E.
 Com 5 meses de gravidez fui fazer uma ecografia de rotina e para minha decepção, o médico me disse que havia problemas com o bebe, ele estava com um dos rins e com o canal obstruído, fiquei arrasada, chorei muito, sai do consultório não acreditando no que tinha ouvido do médico dizer.
Comecei a pensar mil coisas, a  primeira coisa que pensei erro “porque comigo”. Dali em diante começou um enorme luta, fiz vários exames, o médico decidiu que com 8 meses eu faria um Cesária, então no dia 07\11\01 nascia a minha vida, às 10h27mim da Manhã, era  uma quarta-feira,  fazia uma calor enorme, passei muito mal, estava nervosa.
No primeiro dia de vida do E., ele foi tomar banho com a vó e a enfermeira, passados alguns minutos minha mãe volta sozinha para o quarto, levei um susto, o bebe teve que ir para a CTI, a enfermeira me falou que ao nascer com 8 meses ele não estava preparado para respirar sozinho mas depois de 24 horas ele saiu da CTI e ficou tudo bem, lembro que  pedia que minha mãe fosse vê-lo todo o tempo, tinha medo que roubassem ele.
Bem, aí começou idas e vindas de Guaporé a Passo Fundo ...

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