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Nasci no interior, mais exatamente na linha 2º, 28. Lá a vida era difícil, não tínhamos muito dinheiro e trabalhávamos de sol a sol para pagar as contas, comei a ajudar meu pai muito cedo, com 8 anos já fazia tudo o que ele fazia também.

Como tínhamos pouco dinheiro eu e minha mãe comíamos e depois meu pai comia do que sobrava na panela mesmo. Tínhamos bastante terra, mas muito pouca cultivável a maioria era mato e pedras, então decidimos plantar árvores para venda. Quando chegou a hora do corte para meu pai ficou contente e quando fomos receber então, lembro que nunca vimos tanto dinheiro junto, estávamos muito felizes com aquilo.

Então meu pai recebeu uma proposta para trabalhar na cidade, e ele foi, então com o tempo decidimos vendar as terras e vir morar na cidade. Aqui era bom mas sempre com aquela saudades de lá.

Na cidade era tudo diferente, não tinha aquela tranqüilidade da roça, era bom, mas não como lá.

Com 12 anos comecei a trabalhar em uma fábrica, era bom, do lado da minha casa, mas não era a mesma coisa da roça, acostumado a forcejar, sei lá, era diferente, só quem já trabalhou para saber como é.

Hoje estou aqui, sou chefe do meu setor na fábrica, tenho um salário bom, estamos bem de vida, meu pai comprou as terras de volta, comprou um pouco a mais até.

Ainda sou de menor, mas já comprei meu carro e ando por aí, afinal quem nunca fez algo fora da lei.

Bom! Não é uma historia dramática, mas é o que tenho para contar para vocês sobre mim. Esqueci de contar que tenho um irmãozinho, ele tem oito anos e me incomoda muito, brigamos quase todos os dias, mas gosto dele, sabe né, briga de irmão.

Tenho muitos amigos, nos finais de semana saio com o som DESTROYER e apavoramos para vale. Gosto da minha vida, é meio sem emoção, mas é legal.

Na escola e só alegria, acho que ninguém é meu inimigo, por que não tem motivos para isso, sou amigo de todos e todas. No começo não queria escrever isto, por que as historias que o professora leu, umas que dava medo de ouvir. Mas como cada um tem sua história de vida, uns com a vida mais dura, outros com a vida mais “mansa”.

Essa foi minha história, sem muita emoção, mas é a minha vida.

 Obrigado por lerem ela até o final.